O Peregrino diz... “Visitei a estação do amor que pensei ser o mais sincero (sem cera), mais leal, mais bonito e que trazia uma paz que acreditei ser a verdadeira. Então, ao passar pela rua e ver um semelhante meu deitado no chão, embriagado, sujo e provavelmente sem morada, nada senti. Passei e fui pros meus afazeres. Ao chegar em casa, refleti sobre Deus e sobre mim. Pude notar que havia algo errado neste amor que estava possuindo meu coração. Perguntei a Deus; que amor é esse que não me deixa sentir nada ao meu semelhante padecer?”.
Creio que todos nós já visitamos esta estação e não menos de uma vez. E existem até aqueles que já tornaram-na sua última estação. Esta é uma estação verdadeiramente sedutora porque nos fala de amor, só que este amor está entre amores que competem uns com os outros, pra ver qual deles é o maior.
Como denominar um amor que se deixa competir com outros, mesmo sabendo que é o mais sedutor dos amores que competem? Vou chamá-lo de amor-ego. Comprovadamente, ele é o maior dos amores que precisa provar que é amor. Ele traz a sensação de independência, pseudoliberdade e auto-estima “equilibrada”.
Este é o tipo de amor que cobra, exige exclusividade doentia e não compartilha nada de forma solidária, só dá quando se tem algo a receber, só corre atráz de recompensas. Nele, machucamos e somos machucados, esquecemos até do nosso próximo mais próximo.
Não sou lingüista, por isso quero pedir licença aos que são, para parafrasear a primeira regra de felicidade proposta por Cristo no Sermão da Montanha quando ele disse: “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” Mt. 5.3.Eis a paráfrase que proponho: “Felizes os pobres de si mesmo, porque o reino de Deus lhes pertence”.
Esta é a regra básica para se entender o amor-ágape. Preciso morrer a cada dia e ressuscitar como novo ser para viver o amor que não compete com os anteriores, pois não precisa provar que é, ele apenas vem e entra em nossas vidas, ele é irresistível, nossa alma se rende ao seu poder benigno.
Quem algum dia foi visitado por este divino-amor, sabe o que estou querendo dizer.
Aqui e em lugar nenhum as palavras explicariam. Resta-nos, gentil e urgentemente aceitar o convite para navegar nestas águas tranqüilas do amor-ágape, amor de Deus! Nada nos será pedido em troca, apenas ouçamos a voz que diz: Vinde e vede!
Valdemar Santana.
Mais Um Peregrino.
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