FRASE DA SEMANA

"O orgulho pode nos levar a nos transformarmos em substitutos para Deus". James Houston

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Estação da Mudança



O Peregrino diz... Esta sempre foi à estação que sentia mais conforto interior e existencial, mas sempre ouvia que não era a estação dos “maduros”, me diziam que mudança constante é coisa de pessoas inconstantes, inseguras e imaturas. Às vezes aceitava tal argumento por não saber me defender do mesmo, hoje sei que enquanto estivermos por aqui sempre estaremos mudando para melhor ou pior a depender das ruas que escolhermos entrar.

No contexto em que vivemos, segurança e proteção são verdades que se buscam como caça ao tesouro e isso em todas as áreas, espiritual, emocional, social e material. Por estes e outros motivos, falar em mudança é o mesmo que estar sempre visitando uma área de risco. Só que a mudança faz parte do nosso crescimento e por isso ela é indispensável para vida.
Mudar é como inspirar e respirar é vital, além de ser um ótimo remédio para curar rotinas adoecedoras, aquelas que não sabemos como nos livrar delas. É obvio que sabemos que nem todas as mudanças são benéficas, principalmente quando mudamos com motivações más, só que estas mudanças devem ser lançadas no fundo do mar como nos sugere o profeta Miquéias.
As mudanças que precisamos nos apegar são aquelas que nos levam para estações melhores, pra frente, pra cima e não as que nos atrasam nos põe para baixo, afinal, estas são as mudanças que todos não queremos e talvez por elas é que muitos nem querem ouvir falar em mudar. Mudar por mudar não é mudar com consistência como nos ensinou Lewis Carol em sua obra Alice no País das Maravilhas quando Alice desorientada é questionada pelo gato no alto de uma árvore Para onde você quer ir? Não sei; estou perdida. O gato responde rápido: “Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve”.
Para este tipo de mudança a Palavra de Deus tem uma máxima: Palhas lançadas ao vento. Estas mudanças sem rumo, sem lenço nem documento não atrai nem sequer quem não sabe para onde ir, porque seria melhor ficar onde esta do que seguir algo sem propósito.
Para correr das mudanças consistentes e necessárias, muitos deram outro nome a soberba e a ignorância, “firmeza”, este é o nome que se dá para a ausência de humildade que é o primeiro passo para quem precisa mudar. Como disse Thornton Wilder: “A serviço do Amor apenas soldados feridos podem engajar-se”. Ninguém é tão estável que não tenha uma ferida a ser curada, algo a ser mudado e um lugar escuro a ser iluminado. “Pois eu estou certo de que Deus, que começou esse bom trabalho na vida de vocês, vai continuá-lo até que ele esteja completo no Dia de Cristo Jesus”. Fl.1.6(NTLH).
Então, não tenhamos medo de mudar. Pois imagine Moisés, Pedro, Paulo, eu e você sem nenhuma mudança e tentando passar para os outros a idéia de que somos estáveis e equilibrados. Já pensou? Confesso que não dá nem para pensar! Finalizo convidando novamente Martin Luther King: “Nós não somos quem deveríamos ser, não somos que gostaríamos de ser, mas com certeza não somos mais os mesmos”.




Valemar Santana
Mais Um Peregrino
Imagem tirada do site www.caiofabio.com

terça-feira, 17 de junho de 2008

Estação da Ação


O PEREGRINO DIZ... “Sempre pensei que o que valia na vida era a atitude, as ações visíveis chamavam mais a minha atenção do que palavras ao vento e discursos vazios. Por isso, valorizava as pessoas que botavam a mão na massa, até que me deparei com o que Jesus disse sobre a ação de gente como os Fariseus e então tive que dilatar a minha concepção de AÇÃO”.


É indiscutível que agir vale mais que palavras, afinal de contas os nossos olhos são atraídos pelo que se vê, mas nem sempre o que se vê é o que se é, porque não é toda vez que a ação revela o coração. Brasília, Ongs, famílias e algumas “igrejas” são testemunhas visíveis do que estou dizendo.
A ação que enche os olhos pode estar cheia de segundas, terceiras e inúmeras intenções. Nem sempre agir é só usar as mãos ou mostrar algo visível do ponto de vista do mérito. Às vezes o silêncio é uma ação mais nobre do que caridades mal intencionadas. Como disse Protágoras: “Há dois lados para todas as questões”. E é exatamente aí que mora o segredo da ação verdadeira, pois quando se menos espera é ação e quando se tem à certeza que era a mais nobre "ação" não passou de palha lançada ao vento.
Sobre isso, Jesus certa vez disse aos de segundas intenções: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da lei; a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas cousas, sem omitir aquelas!”. Mt. 23.23.
Esses caras supracitados se chegassem em algumas rodas “cristãs” seriam o padrão para muita gente que gosta de "Ação" sem coração no Evangelho, porque eles tem todas as credenciais para o padrão de santidade que hoje se estabelece nesses meios. Só que no padrão de Jesus eles não passavam de sepulcros caiados, porque tinham a Ação, mas não tinham o coração no Evangelho.
Quando se tem o coração no Evangelho, logo se dilata a visão de Ação, agir passa a ser não só botar a mão na massa, mas também falar na hora certa, calar na hora certa e fazer a caridade certa para a pessoa certa sem marketing próprio. Quando entendemos a Ação segundo o Evangelho, nos reconciliamos com o verdadeiro sentido do agir que é incondicional.
Obviamente que para corações duros como os nossos não é fácil tal atitude, mas não há um coração petrificado que não amoleça com a visita do Verbo da Vida e passe a entender e viver a Ação que Deus espera de nós, é o que o Cristo tem nos ensinado através do Caio: “Ação sem compromisso com a lei de causa e efeito”.
É agir por amor a Cristo ao próximo e só. Assim, a nossa consciência não só dorme, mas vive tranqüila. E o velho homem vai morrendo a cada dia, pois o seu suprimento é a visibilidade, o retorno, o elogio e a fama e enquanto o novo homem quer agir e descansar nos braços do Pai sem nada mais a esperar, pois nesta estação a Ação passa a ter sentido.


Valdemar Santana
Mais Um Peregrino

terça-feira, 3 de junho de 2008

Estação da Ética

O Peregrino diz..."Eu sempre fui contra essa coisa de ser honesto porque acreditava que não valia a pena e também porque não conheci alguém de fato ou totalmente honesto. Os discursos sempre eram justos e exigentes, mas na prática a coisa era bem diferente. Então pensei sobre a motivação para ser ético e nela descobri que honestidade existe e é bem mais ampla que a ética moralista de plantão".


Ética= Ciência da moral. Talvés por isso não muito simpática para quem gosta de viver com significado sem deixar de ser justo. Sempre que o assunto é ética, principalmente ética cristã, logo se instalam várias polêmicas. Qual o limite da liberdade do Cristão?

Limite é uma coisa que não se discute pacificamente, porque uns querem ir além da Bíblia para proibir e outros para liberar. As interpretações para isso são muitas e se colocarmos aqui teríamos que mudar o foco deste bloger, o que não é o caso.

Qual a motivação para a ética? Há quem defenda que é só mergulhar dentro de si mesmo e encontrará a motivação para isso. Outros entendem que não prestamos para nada e dentro de nós não podemos encontrar tal motivação. Dietrich Bonhoeffer em seu livro sobre o assunto nos propõe: "Desprezo e idolatria do ser humano estão muito próximos um do outro". Não será despresando nem adorando a criatura que iremos encontrar motivação para sermos éticos do ponto de vista do cristianismo.
Mas O que é ser ético do ponto de vista do cristianismo? Se olharmos as caricaturas do "cristianismo" que estão a nossa frente, veremos que não dá para ser ético, pois para isso precisaríamos da perfeição. Por isso convido o Dr. Martin Luther King para nos ajudar, quando desafiado a desistir no meio da luta contra o racismo: "Nós não somos quem deveríamos ser, não somos quem gostaríamos de ser, mas com certeza, não somos mais os mesmos, por isso, continuemos!". E também a convicção do apóstolo da graça com ética, Paulo: "Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus". Fl.1.6.

Ser ético do ponto de vista cristão não é ser perfeito, mas lutar por ela com todas as forças, sempre lembrando que é na força do Espiríto que lutamos para alcançar tal estação amada por uns e odiada por outros, mas indispensável para uma existência pacífica interna e externamente!
Cristo nos ensinou que o Reino de Deus começa de dentro para fora ao contrário da proposta dos fariseus. Nesse tipo de ética precisaremos enfrentar o que Bonhoeffer chama de "falso eu", Brennan chama de "o impostor que vive em mim" e a Bíblia chama de "velho homem". Vamos colocá-lo diante do espelho, o Evangelho da Graça de Cristo! Então, passaremos por todas as estações com graça, mas sem abandonar a ética!


Valdemar Santana
Mais Um Peregrino