FRASE DA SEMANA

"O orgulho pode nos levar a nos transformarmos em substitutos para Deus". James Houston

terça-feira, 20 de março de 2012

Estação das Casas Mal Assombradas

Diz o Peregrino... “Quando bem pequeno via o mundo como um lugar encantado onde as pessoas eram solidárias e misericordiosas, até que fui conhecendo o mal em suas várias faces e locais. O lugar em que menos o queria era dentro da minha casa, mas lá ele foi crescendo e tornando aquele que era para ser um ninho de aconchego, um local mal assombrado. Graças a Deus que o Leão de Judá entrou e até hoje está fazendo grandes mudanças, principalmente desassombrando tudo por dentro e por fora”.
     Eu sempre pensei que essa coisa de casa mal assombrada era ficção ou até mesmo crença popular, mas na minha experiência de vida cristã, não cristã e até na caminhada pastoral tenho feito uma releitura dessa questão. Hoje eu creio que tanto o mal quanto o bem podem fazer uma grande diferença nas pessoas e até nos ambientes, pois existem locais que de tanto mal que ali se praticou fez-se mudar a temperatura ambiente. Recentemente no Discovery Channel saiu uma reportagem sobre isso. Até a ciência, via física quântica, reconhece esse velho fenômeno.
      Existem pessoas que até as plantas sentem sua sobrecarga malígna, elas conseguem provocar a ira dos animais e desestabilizar quem estiver ao seu redor, isso parece mentira, mas é pura verdade. Basta você começar a olhar a vida sem misticismos inúteis e sem racionalismos estéreis, mas como bem ensinou Pascal “com a mente e o coração”.
     O contrário também é verdadeiro, se nos deixarmos usar por Deus em Cristo Jesus, no poder do Espírito Santo, podemos levar para as pessoas e os ambientes o melhor de Deus que é o fruto do Evangelho. Já entrei em casas e outros locais onde a paz era tão latente que deu vontade de ficar ali por um bom tempo desfrutando da brisa celestial que invadia minha alma.
     São Francisco de Assis, quando foi ficando mais sábio que no princípio, para alguns mais velho e louco, foi se tornando amigo dos animais e eles gostavam de se aproximar dele para desfrutar a paz que aquele peregrino do Evangelho tinha e partilhava não só com os animais mas com quem se aproximasse do mesmo. Há quem diga que sua presença em determinados locais promovia paz e harmonia em pleno silêncio.
     Por outro lado, infelizmente, encontro alguns que não querem voltar para sua própria casa, pois lá não se sentem aninhados, mas opressos pelo poder do mal que governa aquele lar. Minha casa já foi assim, já passei pela experiência de não querer voltar para casa dos meus pesadelos.
     Há até “igrejas” que foram possuídas por tal maldição, por deixarem a simplicidade do Evangelho e venderem-se ao poder destruidor de Mamom, a potestade do cifrão que promove a ansiedade e a divisão, e o pior, é que isso é feito em nome de Deus. Nesses vinte anos tentando seguir a Cristo já testemunhei muita coisa boa e ruim dentro da igreja.
     Precisamos encarnar o Evangelho de tal maneira que Ele não seja apenas uma teologia, doutrina ou dogma sistematizado e não internalizado. “O Verbo se fez carne e habitou entre nós para que, guardadas as devidas proporções, façamos o mesmo!”. Fazendo isso, deixaremos de ser zumbis que assombram a vida como um todo e passaremos a ser o que Deus planejou, imagem e semelhança Sua em Cristo Jesus, desassombrando a nós, as pessoas e os locais por onde formos levando a boa notícia do Evangelho.
     Gosto da Nova Versão Internacional que no salmo 127.1 nos diz: “Se não for o Senhor o construtor da casa, será inútil trabalhar na construção. Se não é o Senhor que vigia a cidade, será inútil a sentinela montar guarda” Pois como bem expos o Dro Russell Shedd: “O problema não é quando Deus põe a mão, mas quando Ele a tira.” Caminhemos na dependência de Deus por uma vida que resplandeça a luz de Cristo, pois só assim desassombraremos a vida como um todo.

Valdemar Santana
Mais Um Peregrino

2 comentários:

Ana Claudia disse...

Adorei o texto! Mano, você bem sabe que já vivi muito assombrada, dentro e fora de mim mesma. Hoje busco outro assombro, busco aquele definido por Brennan Manning em "O Evangelho Maltrapilho". Aquele assombro pela irresistível graça de Deus em todos os dias das nossas vidas. O assombro de quem olha pela primeira vez e acha tudo fantástico, maravilhoso e permanente. Que o assombro do mal nos abandone e que o assombro do Espírito nos preencha para toda eternidade! Amém!

Valdemar Santana disse...

Mana, ver teu crescimento no Evangelho é um presente muito grande de Abba para mim. Creio que eu e você sabemos bem do assunto e mais ainda do quanto o amor assombra ao contrário do mal e traz paz e ternura para a alma. Quanto mais te conheço te amo. Val