Não há como deixar de reconhecer que a vida é dura e na sua dureza não dá para ser criança para sempre. Somos forçados a crescer mesmo a contragosto ou a forçagosto. Mas também não há quem não tenha sentido saudades da infância, a não ser quem não tenha vivido da forma que se deve viver na infância. Confesso que sinto as duas coisas, pois vivi uma infãncia intensa e tensa, entre bricadeiras e tragédias, pois muito brinquei, mas aos 13 anos de idade assumi a responsabilidade de cuidar de mim e de minha amada mãe que ficou paraplégica por um erro médico. Dor e saudade é o que me vem da memória infantil, mas não sem redenção, porque o Cordeiro veio me visitar em meio ao caos e mudou todo cenário que hoje parece se encaixar, não pela lógica mas pela fé.
O Evangelho nos mostra dois desafios que parecem contraditórios mas são apenas paradoxais como toda a Bíblia e a vida cristã. O primeiro desafio vem de Jesus de Nazaré: "Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus" Mt. 18.3. O segundo a nos desafiar é um autor neotestamentário e anônimo em sua epistola tão singular quando nos diz: "Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo exercício constante, tornam-se aptos para discernir tanto o bem quanto o mal" Hb.5.14.
Diante da aparente contradição penso que só da para caminhar se aceitarmos o convite de Deus para pormos para dançar o homem e menino, sem ver a perspectiva de modo machista, pois falo do gênero humano. No Reino de Jesus há lugar para homens e meninos. Homens para discernir o mal e não coabitar com o mesmo e meninos para sempre ser dependente do aprendizado do que é bom em relação ao Evangelho, porque diante D'Ele só as crianças podem permanecer firmes. Por isso andemos sem medo, porque o Cordeiro sabe quem é quem.
Com Amor em Cristo Jesus
Valdemar Santana
Mais Um Peregrino
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