O
Peregrino diz... “Sempre
que ia a missa tinha muito medo de ver o Senhor morto atrás de uma vitrine.
Gostava mais de ver a arquitetura e as imagens de alguns santos do altar,
principalmente os que carregavam uma criança no colo. Depois que conheci O
Cordeiro, passei a amar mais sua presença constante que a história de sua
crucificação. Mas em minha devoção percebia que quando pecava não me satisfazia
em lhe pedir perdão pelo mesmo pecado apenas uma vez. Dependendo do tamanho do
pecado tinha que fazer muitas orações de confissão para me sentir aliviado. Até
que lendo com mais atenção o irmão Paulo fui liberto desse mal”
Nossa espiritualidade começa primitiva e vai evoluindo,
à medida que buscamos crescer no Evangelho. Uma das áreas que mais vejo
dificuldade em evolução é em relação à confiança no perdão de Deus. A fé
meritória é uma das maiores inimigas dessa confiança, pois para muitos sem
obras não há perdão, as obras são a moeda de compra do mesmo. Eu mesmo já fui assim.
É muito
comum encontrar em meus aconselhamentos e escutatórias por ai, irmãos que sempre
perguntam: “pastor, o senhor acha que Deus me perdoou mesmo?” O olhar de
aflição a espera de uma resposta positiva é de doer a alma. E o pior, é que
mesmo que afirme que sim, a pessoa ainda não demonstra tanta certeza da
liberação desse perdão.
Algumas
pessoas chegam a fazer terapia até conseguirem tomar posse do perdão de Abba
que é totalmente 0800. Sofri muito tempo com esse equívoco em minha
peregrinação em busca da paz com Deus. Tive noites sem sono pensando que não
tinha mais minha salvação em Cristo. Lembro-me de uma dessas crises em que
clamei a Deus que Ele não permitisse que Jesus voltasse até eu me resolver no
assunto. Pura ingenuidade, falta de conhecimento e confiança em Deus.
A frase
que mais explica isso é a recrucificação do Senhor. É isso
mesmo, não aceitar o Seu perdão é recrucificá-lo. É costurar o véu que foi
rasgado de alto a baixo, é dizer aos céus que eu não acredito, na prática, na
eficácia da obra vicária de Cristo Jesus, é voltar ao velho, quando o novo esta
bem diante de nós.
Creio que
o caminho da paz para essa guerra é o descanso contínuo no entendimento e no
exercício do Evangelho que simplesmente confessa e deixa. É buscar andar como
crianças para a maldade e adultos para os frutos do Reino, pois no mundo nos
ensinaram o contrário. É simplesmente crer que Ele perdoa mesmo! Quando se busca
de coração quebrado e disposto a mudar a rota para viver o mais próximo do que
Ele viveu. Só assim não o colocaremos na cruz novamente, mas em nossos corações
mais e mais, até a plenitude do Seu Reino entre nós.
Valdemar
Santana
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Um Peregrino