Diz
o Peregrino... “Desde
menino sempre fui admirador de grandes celebridades do futebol, da arte e da
política. Eu os via como divindades, pensava que eles eram pessoas acima dos
mortais. Mas graças a Deus que a vida foi me desiludindo a respeito disso e
deles, principalmente depois que conheci o Emanuel”.
Foi o reformador João Calvino quem disse que “o
coração humano é uma fábrica de ídolos”. Estou com ele nessa, pois vejo
isso no ser humano, principalmente em mim. Como é difícil derrubar todos os
ídolos do coração e da vida. Outro dia li no livro Espiritualidade Bíblica
de Paul Steven e Michael Green no capítulo O Discípulo, o primeiro autor dizer
que: “Um
dos grandes problemas da cristandade moderna são os seguidores de seguidores”.
Vou chamar essa espiritualidade usando uma expressão de um amigo que sem querer
me sugeriu: “Espiritualidade fã”.
Na
denominação que hoje faço parte, encontrei quando aqui cheguei, um hábito que
achei e ainda acho, no mínimo, estranho. Algumas pessoas tem o costume de
perguntar para a secretária ou aos responsáveis pelo culto quem vai ser o
pregador do mesmo, de acordo com quem seja, elas vão ou não ao culto daquela
igreja ou procuram outra, o que é menos mal. Vejo nisso algo preocupante e muito juvenil, pois é uma
espiritualidade
fã, bastante danosa e refém de uma doença grave, algo que não reflete nem de longe o Evangelho de
Jesus Cristo. Também vejo essa linha de espiritualidade em outras denominações
pelas quais passei e outras que ouço sobre o mesmo mal de amigos que lá estão e
veem isso.
Lembro que
no começo da minha caminhada cristã a vinte e um anos atrás, não ouvíamos sobre
esse tipo de comportamento com tanta frequência, era coisa rara. Se bem que
esse parece ser um comportamento antigo no meio do povo de Deus. Basta olharmos
para a igreja de Coríntios, havia quem seguisse Paulo, Apolo, Pedro e outros.
Mas creio que hoje isso está mais acentuado, por vivemos em um contexto muito
hedonista e também por causa da influência de um dos deuses dos nossos dias, o deus glamour.
Quem vive
seguindo esse deus precisa de referências no assunto e nada melhor do que
pessoas de carne e osso que tome o lugar dele diante dos olhos. Lógico que ter referencias não tem nada de mais, desde que essas referências não sejam um fim em si mesmo. Creio que o remédio para esse tipo de espiritualidade vem
da frase de um pastor pentecostal e amigo meu que outro dia a ouvi bradar em um
de seus sermões fervorosos: “Viva a grife de João Batista!”.
Precisamos
da espiritualidade de João. Que entra em cena na hora que tem que entrar e sai
quando tem que sair, afirmando com certeza e consciência da missão que se tem: Que
Ele cresça e eu diminua! Só assim seremos curados dessa espiritualidade
fã que só adoece a vida de quem a abraça e de quem abraça o que a
abraçou, gerando um círculo vicioso de vida de ouvinte e não de discípulo
praticante do Evangelho.
Minha
oração é que Deus traga arrependimento a quem está trilhando esse caminho que
Jesus jamais daria o seu aval, pois Ele sendo Deus se fez servo e homem a ponto
de os que viviam a espiritualidade fã dos seus dias não tiveram olhos para ver
e ouvidos para ouvir o Messias que estava diante deles. Livra teu povo Abba desse mal em
nome de Jesus. Amém!
Valdemar Santana
Mais Um Peregrino